Senador Ciro Nogueira |
O PP pode enfrentar uma briga na Justiça pelo comando da
legenda. Deputados avaliam questionar a decisão da atual cúpula da sigla
que prorrogou por mais seis meses o mandato do presidente Ciro Nogueira.
Essa decisão tem adiado a realização de convenção
partidária para tratar da composição da Executiva Nacional. Pelo menos dez
integrantes da executiva do PP são alvos de inquérito no Supremo Tribunal
Federal (STF) por suspeita de ligação com o escândalo de corrupção. Entre
os congressistas que estudam tentar derrubar o mandato esticado estão os
deputados Paulo Maluf (SP) e Esperidião Amin (SC).
"A prorrogação de qualquer mandato é um absurdo na
ordem vigente. É uma coisa inconstitucional e inadmissível. Então, estamos
avaliando e vamos decidir na terça", disse Amin. Ele chegou a
requisitar ao comando do partido cópia da ata e as gravações do encontro da
Executiva na semana passada que confirmou a manutenção dos atuais dirigentes,
por 49 votos a 6.
Maluf afirmou que não comentaria a questão. Aliados dizem
que o deputado tem reclamado que, sem convenção, não poderia ter ocorrido a
permanência da atual direção. Um dos argumentos que teria sido utilizado
no encontro para prolongar os mandatos é que as provas ainda não seriam
suficientes para garantir que os envolvidos sejam processados porque se baseiam
apenas em delações premiadas.
A reportagem não localizou o presidente do PP, senador Ciro
Nogueira (PI), para comentar a movimentação dos deputados.
LAVA JATO
Dos 22 deputados investigados no esquema de corrupção na
Petrobras, 18 são do PP. Dos cinco senadores da legenda, três estão na mira do
STF. Eles foram citados nas delações de Paulo Roberto ou do doleiro Alberto
Youssef, como beneficiários do esquema que atuava na Petrobras.
A diretoria de Abastecimento, comandada por Costa, servia
inicialmente para abastecer repasses ao PP, que eram operados por Youssef, e
depois passou a atender também o PMDB. Por isso a prevalência de citações a
parlamentares do PP.
O pagamento de dinheiro desviado da Petrobras a
congressistas do PP provocava brigas e obedecia a uma espécie de tabela de
preços proporcional à força política de cada um, disse Youssef, em delação.
Segundo o doleiro, líderes do PP recebiam entre R$ 250 mil e
R$ 500 mil por mês, enquanto "demais parlamentares recebiam entre R$ 10
mil e R$ 150 mil conforme sua força política dentro do partido". O partido
nega as acusações.
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