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sábado, 16 de maio de 2015

Liberado pelo STF, Roberto Jefferson vai se casar

Autorizado pelo ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), a cumprir o restante de sua pena em regime aberto, o ex-deputado Roberto Jefferson, condenado no julgamento do mensalão do PT, vai morar em um apartamento na Barra da Tijuca, bairro nobre do Rio de Janeiro, segundo informou nesta sexta-feira (15) a filha dele, a deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ).

O imóvel alugado tem “cento e poucos metros” e fica a algumas quadras da praia, segundo Cristiane. Jefferson vai morar no local com a companheira, com quem está há 11 anos, e pretende oficializar o casamento no próximo dia 29, em Três Rios, no interior fluminense.
Condenado a 7 anos e 14 dias de prisão em regime semiaberto pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, ele começou a cumprir a pena em fevereiro do ano passado em uma prisão em Niterói.
A filha explicou que a razão para ele morar no Rio de Janeiro e não em sua casa em Levy Gasparian (no interior do estado), onde ele estava até ser preso, é para ficar mais perto do escritório de advocacia, no centro do Rio, e também para facilitar seu acompanhamento médico.
“Na hora de definir se iria para Levy ou para a Barra, os quesitos levados em conta foram o trabalho, no Centro, e porque ele tem que ficar perto dos médicos dele, tem que fazer exames para saber por que ele está com uma infecção recorrente”, disse Cristiane.
Jefferson passou por uma cirurgia em 2012 para a retirada de um tumor no pâncreas e de parte do duodeno e do intestino delgado. Por causa disso, tem restrições alimentares resultantes do tratamento.
“Ele tem dificuldades de saúde por consequência da cirurgia, mas não tem mais câncer. Ele ficou com um terço do aparelho digestivo”, explicou Cristiane.
O apartamento na Barra, segundo ela, foi usado por Jefferson mais na época em que fazia tratamento contra o câncer e depois pela companheira dele para conseguir visitá-lo quando estava preso.
A deputada contou ainda que, quando soube que o pai seria liberado, sentiu grande alívio. “Fiquei tão feliz, que, desde que recebi a notícia, relaxei tanto, dormi um sono que não dormia há meses”, disse. “Na prisão, ele teve diversas infecções. Agora, vai poder fazer melhor o acompanhamento”, afirmou.
PTB
A liberação de Jefferson para a prisão domiciliar se deu no mesmo dia em que o PTB, partido do qual foi presidente, completou 70 anos. Cristiane, que atualmente preside a legenda, vê o fato como uma “feliz coincidência”.
Nesta semana, em comemoração ao aniversário, o partido inaugurou uma exposição na Câmara dos Deputados em que ressalta a trajetória da legenda e cita Jefferson como um dos parlamentares da sigla que se destacaram na conquista de direitos trabalhistas.
Apesar da condenação no mensalão, Cristiane sai em defesa do ex-deputado. “O meu pai foi muito importante na Constituinte. Muitos dos direitos sociais da Constituição de 1988 foram escritos na perna dele. Isso não se apaga da biografia dele. Ele cometeu um erro e está pagando por ele”, declarou a deputada.

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