Praia do Macapá, cartão postal do Piauí vive clima de insegurança crescente

Habitantes denunciam deficiência no combate a marginalidade em comunidade litorânea piauiense

  

No último final de semana, na virada do sábado para domingo foi incendiada uma barraca em terreno particular na avenida principal do povoado Praia do Macapá, em Luís Correia, litoral do Piauí.

Mais um ato criminoso que acontece naquela comunidade que há tempos clama atuação da segurança pública no local que vem sofrendo ação de bandidos que assaltam residências e estabelecimentos comerciais de moradores, empreendedores e também turistas.

A localidade Praia do Macapá conta com a bênção de Deus, que caprichou ali em abundância de belezas naturais. Mas o belo lugar que a cerca de três anos era pacato, transformou-se em recanto para prática marginal, pois, segundo habitantes, a violência vem crescendo absurdamente pela falta de ação da polícia.

O empresário Paulo Neves, que tem uma pequena casa à beira da praia já foi surrupiado por três vezes, disse que é um grande absurdo acontecerem roubos frequentes num povoado desse tamanho e nada acontecer.

“A Praia do Macapá é essa praia magnífica que vem sendo descoberta e apreciada por muitos estrangeiros. Como é que o turismo pode seguir firme por aqui se os gringos são frequentemente roubados?”, indaga Paulo Neves.

Da pousada Brisa Mares, o português Sergio Leitão também sofre com as rotineiras ações delinquentes no litoral.

 “Além da precariedade de outros serviços públicos básicos no povoado Macapá, o maior apelo da comunidade e de turistas é parca atuação do setor de segurança pública no combate ao crime, porque desde que cheguei aqui vejo isso como a grande queixa popular. Precisa-se que as autoridades responsáveis busquem cumprir com suas atribuições e deem tranquilidade às pessoas”, comenta o europeu morador do Macapá.  

A dona de casa Maria revela que por causa da roubalheira já tem medo de tirar uma soneca com a janela aberta e, quando vai sai de casa pede pra vizinha ficar de olho em sua casa e quando a vizinha sai ela fica em alerta com residência da colega.

“Não sei por que não acabam com isso? As pessoas sabem quem é, se a polícia quiser, ‘arma o bote’ e prende todos”, comenta Maria.

O comerciante Luiz do Ibama também já foi vítima várias vezes de larápios, tanto no quintal quanto no seu restaurante Degustar, onde já subtraíram até o estoque de camarão.

“Levei um susto grande, moro logo aí, estava em casa, senti a fumaça, daí vi umas fagulhas, corri pra pista, pensei que fosse até no meu restaurante. A delinquência só vai tomando proporções maiores quando não é coibida. É roubo, é crack, é droga e agora já estão até colocando fogo nas coisas alheias no Macapá... se as autoridades não tomarem providências enérgicas... já, já tá tudo dominado pela marginalidade”, diz o Sr. Luiz.

Francisco Helder, gerente da pousada Recanto dos Poetas quando viu o criminoso fogo comentou com grande preocupação que “no Macapá tá se instalando muita coisa ruim, arrombamentos, roubos, drogas e até incêndio criminoso acontece agora, como pode, uma comunidade tão pequena sendo dominada pelo crime? Também, a impunidade faz a audácia crescer, aqui tá virando terra sem lei”.

“Antes, a gente só fechava os portões tarde, quando fosse dormir, agora, seis horinha a corrente já tá colocada. É uma vergonha para a cidade e para o estado um lugar turístico como esse, muito visitado por grande quantidade de turistas estrangeiros e brasileiros não ter sequer uma segurança pública combativa”, lamenta Helder.