A corrupção, esta velha senhora que circula por toda parte como disse a presidente Dilma Rousseff...
Não importa que Dilma tenha se limitado a repetir o que ouviu de um
assessor inteligente – a imagem da corrupção como uma velha senhora.
Fez bem em usá-la. É uma imagem feliz.
Só não sei por que os coleguinhas não aproveitaram para perguntar a
Dilma, em sua versão o mais próxima possível da humildade, se ela, desde
que ligou sua vida à Petrobras, nunca se deu conta da presença por ali
da velha senhora.
Sim, porque na versão “dona da verdade” ou “a última palavra é minha”,
Dilma jamais deixou que alguém se aproximasse da Petrobras sem a sua
licença.
Foi assim como ministra das Minas e Energia. Como chefe da Casa Civil
da presidência da República. Como presidente do Conselho de
Administração da Petrobras. E como presidente da República.
Dilma nomeou Graça Foster presidente da Petrobras para que nem uma folha de papel mudasse de lugar, ali, sem que ela soubesse.
A “velha senhora” fez da Petrobras a sua morada preferencial. Roubou
algo como 2 bilhões de reais. E Dilma não se deu conta da presença dela
em seus domínios.
É possível?
Possível, é. Mas isso caracteriza negligência, desleixo, irresponsabilidade.
Depenaram uma das maiores empresas do mundo, a maior do Brasil, e dois
presidentes da República de um mesmo partido, aliados, portanto, não
perceberam.
Contem-me outra!
Por que Dilma não confessa pelo menos que errou?
Está bem: ela não gosta de confissões como disse ontem. Troquemos a palavra.
Por que Dilma não admite pelo menos que errou?
Isso não lhe arrancará nenhum pedaço.
Quantos aos coleguinhas que se deslumbram com o Poder e que temem perder informações se parecerem incômodos...
Jornalista que não incomoda não é jornalista – é assessor.
Por Ricardo Noblat
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