De fato, o PT não parece aprender com seus próprios erros. Senão
vejamos: mais de 60% dos brasileiros querem o impeachment de Dilma. Mais
de 62% desaprovam seu governo. Mais de 60% acham que ela sabia da
corrupção na Petrobras e nada fez para abortá-la. E menos de 20%
votariam nela, hoje, contra Aécio Neves.
Pois apesar disso tudo, e ao invés de refletir sobre a quantidade de
erros responsáveis por um quadro tão tenebroso, o líder do governo na
Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), irmão de José Genoíno,
ex-presidente do PT, tem a cara de pau de culpar a imprensa pela saia
justa que Dilma atravessa. Somente a imprensa.
- O cidadão vive com esse massacre todo dia. Você acha que isso não
repercute na opinião pública? Às vezes, até o que é a favor, fica torto.
É porque é uma verdadeira lavagem cerebral. Acho que esse processo todo
está em consonância com clima do país, com a super valorização das
manifestações que a mídia fez, o processo em curso, isso tudo repercute —
reclamou Guimarães. Que falou em “lavagem cerebral” feita pela mídia.
- É um processo midiático sem precedência. Se avaliar as manifestações
de sexta e de domingo (...), só dá visibilidade ao que é contra o
governo. Mas temos que conviver com isso. Cabeça fria, coração quente
para enfrentar as turbulências, as dificuldades e botar o Brasil para
funcionar.
As manifestações da sexta 13 de março, favoráveis ao governo, reuniram
menos de 60 mil pessoas em todo o país. As do domingo, contrárias, pouco
mais de dois milhões.
A Globo News, que as transmitiu ao vivo, ofereceu a uma e à outra praticamente o mesmo número de horas.
Quando estourou o escândalo do mensalão em meados de 2005, o PT se
desesperou e ficou sem saber o que fazer. Lula chegou até a pensar em
renunciar à presidência da República. José Dirceu, que estava em São
Paulo, foi chamado às pressas para acalmá-lo.
Outra vez, o PT está desarvorado. E Lula vê cair sobre ele a lama que
acabou com a popularidade de Dilma. O retorno em 2018 começa a se tornar
remoto.
Por Ricardo Noblat
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