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sábado, 13 de junho de 2015

Piauí está em primeiro lugar no ranking nacional de trabalho infantil

No Brasil, 3,1 milhões de crianças estão em situação de trabalho. O Piauí, com aproximadamente 128 mil crianças e adolescentes entre 7 e 17 anos de idade trabalhando. É o estado com o maior índice de trabalho infantil de todo o país, distribuídos em três maiores focos: trabalho doméstico, agricultura familiar e exploração sexual com fins comerciais. Em Teresina são 3 mil crianças e os maiores foco de exploração de trabalho infantil são lava-jatos e trabalhos domésticos. 

O tema foi tratado em ações realizadas pelas Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego (SRTEs) de todo o país neste dia 12, Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, com o tema “Não ao Trabalho Infantil. Sim à Educação de Qualidade”. O objetivo dessas ações é realizar um trabalho conjunto de sensibilização e conscientização da população para a prevenção e combate a prática ilegal. Em Teresina, o evento foi realizado em parceria com o Fórum Estadual de Combate ao Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente do Piauí – FETI/ PI com ação em educativa em uma escola municipal do Parque Piauí. 
De acordo com informações do secretário executivo da força estadual em combate ao trabalho infantil e auditor do Ministério Público do Trabalho, Rubervan Nascimento, o Piauí ainda é o estado com maior índice de trabalho infantil embora as estatísticas do IBGE, através da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicilio (Pnad) divulgada em setembro do ano passado, tenham apontado uma queda de 14,8% no número de trabalhadores entre 5 e 17 anos de idade na última década. 
Os focos de trabalho infantil que reúnem o maior número de crianças e adolescentes são aqueles em situação irregular doméstico, que não acontece somente nas grandes cidades, mas também nas médias e pequenas. “Esse trabalho é considerado invisível porque fica dentro das residências, pela própria constituição federal você só pode entrar na casa se for com permissão da família ou com mandato judicial, mas esse é indiscutivelmente um dos focos de trabalho infantil que colabora para esse número elevadíssimo”, declara Rubervan. 
O segundo maior foco é a exploração sexual de crianças e adolescentes com fins comerciais. De acordo com o secretário executivo, recentemente a Polícia Rodoviária Federal mapeou 190 pontos de trabalho infantil nas estradas do Piauí. O terceiro foco é a agricultura familiar,que corresponde a 48,8% das crianças em atividade e com um agravante: estão sendo utilizados agrotóxicos nesse exercício, e o contato direto com eles é extremamente prejudicial a saúde, como explica Rubervan “A aplicação de agrotóxicos compromete o futuro da criança porque causa câncer e as deixa com deficiências previsíveis”. 
Outros pontos onde há um grande fluxo de crianças e adolescentes trabalhando são os lava-jatos, oficinas mecânicas, venda ambulante principalmente nos sinais de trânsito. “Infelizmente temos uma cultura que reforça essa prática. Temos uma situação de miséria econômica com dados estatísticos confiantes de que a punição do trabalho sempre se deu e continua se dando na esfera das famílias pobres. E outra miséria que temos é a cultural, porque se justifica um mal porque você colocou na sua cabeça de que aquilo que é correto, porque ‘é melhor a criança trabalhar do que consumir drogas’. Não aprendemos a dizer assim: é melhor a criança estudar para não cair no mundo das drogas”, acentua o secretário executivo.
Fonte:PortalOdia

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