“Se a Rejane e o Fábio quiserem, podem voltar. Eu aproveitei cada minuto”

Em meio a comentários de que estaria prestesa deixar a cadeira que assumiu na Câmara Federal por ‘retaliação’, o deputado federal Silas Freire (PR) esclareceu que a sua saída (provisória ou não) nada tem a ver com retaliação.

Silas e os demais suplentes, além dos próprios ‘donos’ das cadeiras de deputado federal, esperam que o vice-presidente da República Michel Temer (PMDB), presidente em exercício com a viagem de Dilma Roussef (PT) aos EUA, resolva a situação das emendas que todos os novatos tinham direito.

Tudo que os suplentes querem é que não seja necessária a saída de um secretário (ou secretária) para reassumir vaga na Câmara, mesmo que por uma semana, para receber os cerca de R$ 5 milhões já comprometidos junto ao Ministério do Planejamento. Tem até ministro de Dilma esperando por uma decisão –prazo é até o fim do mês- para saber se tem de se exonerar  e depois voltar ou não.

Mas para Silas toda essa situação não tira seu sono. Ele diz que tem consciência de que é apenas um “reserva”, na condição de suplente. E que se os “titulares” quiserem retornar às suas cadeiras, se dá por satisfeito, pois não alimenta muita expectativa, já que “foi o eleitorado quem quis assim”. Mas deixa bem claro: continua aproveitando cada momento como se fosse o último.

"NÃO É RETALIAÇÃO"

“Em nenhum momento minha saída e saída do Mainha (segundo suplente) se deve a algum tipo de retaliação. Se deve ao fato de que, se os titulares assumirem, Rejane Diuas (PT) e Fábio Abreu (PTB), eu saio na certeza de que nesses três meses que fiquei, marquei um golaço ao tratar dessa questão da redução da maioridade penal. Se a Rejane e o Fábio quiserem, podem voltar. Eu aproveitei cada minuto que estive em Brasília como se fosse o último”, afirmou.

Por telefone, ele falou à reportagem do O Olho que, após sair da condição de suplente e assumir como deputado federal, aproveitou o máximo possível para trabalhar em causas que defendia desde a época da campanha em 2014.

“Passei a trabalhar como um louco na Câmara. Alguns deputados sempre optam por vir na terça a tarde, eu prefiro vir logo pela manhã. Passei a entrar em seis comissões, do desarmamento, dos direitos humanos, de segurança pública... enfim. Eu busquei trabalhar muito. Isso fez com que eu me destacasse e consegui uma abertura no cenário político nacional em especial do meu partido”.

Silas considera que, com essa bandeira da redução da maioridade penal que defendeu, marcou um “golaço”, pois é algo que a maioria da população brasileira quer com urgência.

“Sim, foi um golaço porque foi aprovada na Câmara. Mas é apenas um primeiro passo. Na verdade o que sugiro é um projeto semelhante ao que o senador Magno Malta (PR-ES) colocou. O menor responder por crime hediondo como qualquer outro criminoso. Na verdade, independente de idade. Eu fiz questão de brigar por isso tudo principalmente depois da barbárie que vivemos em Castelo do Piauí. Desde quando eu apresentava o programa Agora, na TV Meio Norte, defendia essa questão. Mas demorou 20 anos para dar um passo a mais. Ainda tem muito pela frente. Se eu continuar, lutarei até o fim, garanto”.

VOLTA PARA TV?

Por falar em TV, Silas Freire admite que tem pensado em voltar a televisão. Existem dois convites. Um da TV Meio Norte e outro da TV Antena 10.

“É verdade. E eu tenho sim pensando nisso. Ainda mais agora, com essa possibilidade de os titulares retomarem e eu passar, mesmo que por um tempo, sendo suplente. Vai dar tempo de eu organizar algumas coisas que ainda não decidi para mim, como profissional de comunicação. Eu tenho um convite da Meio Norte, que ainda não está totalmente fechado. É de ter um espaço, mas ainda não há definido o horário. Se comprometer o meu trabalho como deputado federal, só teria espaço aos sábados. Já o convite da Antena 10 tenho carta branca para definir o horário que for melhor, que não bata com os horários na Câmara. Enfim. Ainda vou conversar com a direção dessas duas casas. Lembrando que deixei claro que, como já estava lá, tenho preferencia pela MN. Agora é aguardar”. 

Fonte:Oolho