Em um depoimento de pouco mais de uma hora à CPI do Carf , Halysson Carvalho (foto) negou envolvimento em irregularidades na Operação Zelotes, mas trouxe mais dúvidas que certezas aos senadores ao dizer “não lembrar” de uma viagem que admite ter feito a São Paulo e que foi paga por um dos lobistas do esquema.
Halysson foi preso na semana passada porque a PF atribuiu a ele uma tentativa de extorsão. A base é um e-mail cobrando pagamentos de forma veemente e ameaçando denunciar o esquema. A PF afirma que Halysson teria enviado o e-mail e chegou até ele ao verificar a relação de pessoas próximas.
À CPI, ele negou ser dono do e-mail do qual foi enviada a ameça. Afirma não conhecer as pessoas envolvidas no esquema, como os lobistas Alexandre Paes do Santos, o APS, e Mauro Marcondes. Contou que na prisão Marcondes disse se lembrar dele de encontros que teriam ocorridos em 2010, mas Halysson disse não se recordar. Ele afirmou não saber nem sequer o que significa Carf e que não teriam como ter atuado no Conselho ou na compra de medidas provisórias, outro foco da investigação.
— De fato eu não sei o que se refere. Não sou ninguém para ter atuação — afirmou.
Ele contou aos senadores que tem uma pequena distribuidora de bebidas em Teresina (PI), além de trabalhar com eventos. Afirmou ter trabalhado no gabinete do ex-deputado Frank Aguiar (PTB-SP) e na Fundação Cultural do Piauí, vinculada ao governo do estado. Candidato a deputado federal em 2010 pelo PMDB, ele diz que disputou apenas para formar chapa e que saiu da eleição com dívidas.
Memória Falha
Os senadores começaram a questioná-lo com mais veemência quando Halysson, que tentava demonstrar inocência e simplicidade, passou a responder repetidamente com a expressão “não me lembro” ao ser perguntado de uma viagem que fez em outubro de 2010 a São Paulo e foi paga pelo lobista APS. Confirmou ter ido a São Paulo, mas disse não lembrar do que foi fazer, onde ficou e, principalmente, quem pagou a passagem. “Lembrou” apenas que não levou qualquer bagagem.
O súbito esquecimento levantou dúvida entre os senadores. A relatora, Vanessa Graziotin (PC do B-AM), que até então vinha demonstrando solidariedade a Halysson ficou intrigada.
— Ou o senhor é uma pessoa muito esperta ou estão lhe confundindo com outra pessoa — afirmou a senadora.
O presidente da CPI, Ataídes Oliveira (PSDB-TO), também não acreditou nas respostas do acusado. Observou que ele já foi condenado em primeira instância em um processo relativo aos Correios. Halysson diz que se tratou apenas de um problema no pagamento pela estatal para uma empresa que teve no passado.
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O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) foi além. Para ele, Halysson está mentindo para encobrir outros envolvidos no esquema.
— Com essa atitude vai passar muito tempo na cadeia. Suas palavras não correspondem aos fatos, sobre e-mail. Quem não viaja frequentemente, como o senhor diz, deve lembrar do que foi fazer —afirmou Randolfe.
Antes de Halysson, a CPI recebeu Eduardo Valadão, lobista que também foi preso. Ele veio com um habeas corpus preventivo concedido pela ministra Carmem Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), e se recursou a responder os questionamentos dos senadores.
*Com informações do O Globo
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