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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

BOMBA:CRM ameaça pedir interdição parcial do Hospital de Parnaíba

O Conselho Regional de Medicina do Piauí fez um indicativo de interdição parcial no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde - HEDA, o maior da região de Parnaíba, no litoral do Piauí. A justificativa para a notificação são os vários problemas encontrados pelo setor de fiscalização do CRM-PI naquele hospital, em vistoria realizada no último dia 06 de fevereiro, e visando a preservação da dignidade do atendimento à população e a segurança do ato médico. 
A notificação de interdição foi aprovada por unanimidade e envolve o laboratório, sala de recuperação pós-anestésica e providências para o funcionamento devido de equipamentos de intercorrências. Ontem, o documento foi encaminhado para o conhecimento do diretor técnico do HEDA, médico Samuel Abreu. 
O CRM-PI firmou prazo de 30 dias a contar do recebimento da notificação, portanto, nesta quinta-feira (26), para que o hospital tome as devidas providências das irregularidades apontadas no relatório de fiscalização, com o objetivo de se adequar o estabelecimento de saúde às condições mínimas necessárias para a prestação da boa medicina à comunidade e segurança para a prática do ato médico.
Entre as irregularidades apontadas, o presidente do CRM-PI, Dr. Emmanuel Fontes, e o coordenador do departamento de fiscalização, Dr. Paulo Matheus Nunes, informam que no laboratório do HEDA deve haver o funcionamento durante 24 horas, dispondo de serviço de laboratório clínico, incluindo microbiologia e hemogasometria; a sala de recuperação pós-anestésica deve estar equipada conforme a Resolução CFM n° 1.082/2006 e seus anexos; e com relação aos equipamentos para intercorrências, faz-se necessário estarem disponibilizados em cada setor do hospital, sendo, no mínimo, um conjunto para Setor de Urgência, um para enfermarias, um para o centro cirúrgico e sala de recuperação pós-anestésica, um para a UTI adulto e um para UTI neonata
Problemas - No setor de urgência, os conselheiros constataram presença de pacientes nos corredores, falta de respirador e falta de exames essenciais, como gasometria, que serve para medir o nível de oxigênio e outros gases no sangue; foi constatada falta de enzimas que possam detectar o infarto do miocárdio. Esses mesmos exames cruciais também não se consegue realizar no setor da UTI, inviabilizando a sua principal função. 
O centro cirúrgico conta com apenas uma sala com monitor funcionando plenamente, não podendo de resto se acompanhar os sinais vitais de pacientes. O hospital também não conta com aparelho de radioscopia, para realizar boa parte de cirurgias ortopédicas e neurológicas, não podendo também o médico ortopedista avaliar a situação do paciente no pós-operatório.O CRM-PI pode fazer interdição ética quando não estão asseguradas a dignidade e a preservação do bom atendimento de saúde e a segurança do ato médico, conforme o § 3º, do art. 1º, da Resolução do Conselho Federal de Medicina nº 2.062/2013.

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