O diretor regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial –
Senai, João Henrique de Almeida Sousa, ex-presidente da Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos (ECT) e ex-ministro dos transportes, é réu em ação penal
na Justiça Federal, Seção Judiciária do Distrito Federal, acusado de corrupção
passiva, combinado com o art. 327, parágrafo segundo, do Código Penal. Se
condenado João Henrique poderá pegar até 12 anos de cadeia.
A denúncia foi feita pelos procuradores de
República Bruno Caiado de Acioli, José Alfredo de Paula Silva e Raquel
Branquinho P.M Nascimento e tramita desde 2008. Também foram denunciados na
mesma ação o ex-deputado federal Roberto Jefferson; os empregados da Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) Maurício Marinho, Antônio Osório,
Fernando Godoy, Julio Imoto e Eduardo Coutinho; o ex-presidente da Eletronorte
Roberto Garcia Salmeron e Horácio Batista.
João Henrique |
De acordo com a denúncia, Joao Henrique, quando presidente
dos Correios, solicitou a Antônio Osório, angariar, junto a empresa contratada
do órgão público, material de campanha em benefício de um candidato a Prefeito
no Município de Ariquemes/RO, que era seu coligado. Antônio Osório, atuando em
consórcio, acatou o pleito do Presidente João Henrique e o repassou a Maurício
Marinho para execução. Narra à denúncia que “diante das demandas
(correligionários de Antônio Osório e do Presidente João Henrique), a
estratégia dos denunciados Antônio Osório, Fernando Godoy e Maurício Marinho
era valer-se dos cargos por eles ocupados para viabilizar as solicitações.
Nessa linha, o plano idealizado e implementado foi identificar empresas, cujos
contratos estivessem vinculados à Diretoria de Administração, que pudessem
colaborar com os candidatos apoiados por Antônio Osório, além de atender a
demanda do Presidente João Henrique”.
Para o MPF “Os beneficiários diretos seriam os
correligionários de Antônio Osório e João Henrique. Os indiretos, por seu
turno, seriam os próprios denunciados Antônio Osório e João Henrique, que
manteriam e ampliariam suas influências políticas.
Diante de todo conjunto de provas colhidas durante as
investigações, os procuradores consideram que a ECT “foi vítima da ação
organizada de quadrilhas compostas basicamente por empregados públicos,
políticos, empresários e lobistas”. Segundo levantamento feito pela CGU, com
base nos dados colhidos ao longo da apuração, estima-se que o montante de
propina recebido pelo grupo alcance o valor de aproximadamente cinco milhões de
reais.
Outro lado
Em entrevista ao GP1, o diretor regional do Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial – Senai, João Henrique de Almeida Sousa,
afirmou que o Ministério Público Federal passou a incluir seu nome no processo,
somente após o depoimento de Maurício Marinho, que o acusou de ter delegado a
Antônio Osório a produção de cartilhas para a campanha do candidato do PMDB à
prefeitura do município de Município de Ariquemes/RO.
“Eu sequer foi indiciado no inquérito da Polícia Federal.
Essa acusação de corrupção passiva não tem fundamento. Até o hoje eu não fui
intimado a prestar qualquer informação e só estou envolvido nesse processo por
conta do depoimento do Marinho, que me acusou de ter mandado o Osório fazer
essas cartilhas”, respondeu João Henrique.
Nenhum comentário:
Postar um comentário