O juiz federal Sérgio Moro decidiu manter a prisão do ex-diretor da Odebrecht Alexandrino Alencar, preso na última sexta-feira (19), na 14ª fase da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal (PF). O juiz converteu a prisão temporária em preventiva, por entender que existe riscos à manutenção da ordem pública e às investigações. Moro entendeu que depoimentos de delação premiada confirmam a atuação de Alexandrino na cobrança de propina em contratos com a Petrobras.
"Além das provas em geral do envolvimento da Odebrecht no esquema criminoso de cartel, ajuste de licitações e de propina, há prova material de proximidade entre Alberto Youssef e Alexandrino Alencar, como já consignei na decisão anterior [mensagens telemáticas interceptadas e registros no aparelho celular do operador], o que nessa fase são suficientes como prova de corroboração dos depoimentos dos colaboradores quanto à sua participação específica nos fatos", disse o juiz.
O pedido de prisão preventiva foi requerido pelo o Ministério Público Federal (MPF). Em depoimento complementar de delação premiada, prestado ontem (24/6), o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa confirmou à PF que recebeu propina da petroquímica Braskem para agilizar a venda de nafta pela petroleira.
Costa disse que entre 2006 e 2012 recebeu, em média, US$ 3 milhões a US$ 5 milhões por ano, em contas na Suíça. O ex-diretor disse que participou de reunião na qual estava presente Alexandrino Alencar, ex-executivo da Odebrecht, controladora da Braskem, para tratar dos pagamentos. O executivo pediu afastamento da empresa após ser preso.
Em nota divulgada ontem (23/6), a Braskem garantiu que todos os pagamentos envolvendo a Petrobras foram feitos dentro da legalidade. “Todos os pagamentos e contratos da Braskem com a Petrobras seguiram os preceitos legais e foram aprovados de acordo com as regras de governança da companhia.
É importante ressaltar que, ao contrário de qualquer alegação de favorecimento da Braskem, os preços praticados pela Petrobras, na venda de matérias-primas, sempre estiveram atrelados às mais caras referências internacionais de todo o setor, prejudicando a competitividade da indústria petroquímica brasileira”, declarou a empresa.
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