Na iminência de ser anulado, o concurso do Tribunal de
Justiça do Piauí, realizado no dia 20 de dezembro, revelou a fragilidade à qual
estão expostos os certames. O promotor de Justiça, Francisco de Jesus deve
pedir oficialmente a anulação das provas. Explica que a fraude ocorrida durante
a realização do concurso já é base para que seja anulado. Se isso ocorrer, a
instituição responsável pela realização deverá fazer outro concurso, às suas
expensas, ou seja, deverá arcar com todas as despesas.
"Fui professor de cursinho preparatório durante anos e meus ex-alunos
cobram uma posição. Eles indagaram a possibilidade de anulação", falou o
promotor, ressaltando que o indício de fraude já é fato que macula a imagem.
"É vício insanável, por isso tem que ser anulado", disse. Mesmo
assim, o magistrado explica que é necessário ter cautela. "Primeiro vamos
aguardar o pronunciamento do presidente do Tribunal, desembargador Raimundo
Eufrásio, que é a autoridade administrativa superior em questão. Ele vai dizer
o posicionamento do TJ e "aí sim, as providências poderão ser tomadas em
relação à anulação ou não", informou.
Segundo o promotor, a adoção de medidas simples e comuns em concursos poderiam
ter evitado a fraude. "Bloqueador de celular, dector de metal, assinatura
digital - tanto no ato da inscrição quanto na aplicação da prova
evitariam o comprometimento de todo um processo de seleção", disse. Para
ele, a complexidade da apuração dos fatos pela polícia pdoe demorar até 60
dias. A previsão seria de 30 dias para a conclusão do inquérito mas, pode
demorar um pouco mais.
Os candidatos pegos fraudando o concurso foram autuados em flagrante e irão
responder a processo, além de mais envolvidos que estão sendo denunciados. Ao
todo, mais de 42 mil candidatos foram inscritos para o certame.
Como funcionava o esquema
Um dos presos revelou, em seu depoimento a polícia, como o esquema funcionava,
Bárbara seria vizinha de Francisco Ivanderson, outro preso tereia oferecido o
gabarito afirmando que conhecia uma pessoa que possuía umesquema para aprovação
em concursos. Acompanhada de Francisco Ivanderson e de seu irmão, ela teria ido
até a residência de um agente da Strans identificado como Josué.
Josué confirmou que conhecia várias pessoas que fraudavam concursos, um de cada
área, e que o gabarito seria enviado por mensagem de texto para o celular dos
candidatos logo depois de acertado o pagamento três horas antes do inicio das
provas.
O plano deu errado porque já no momento da prova uma outra candidata percebeu
que Barbara estava com o celular no bolso e comunicou a coordenadora. Ela foi
encaminhada para a coordenação da UESPI, local da prova, e em seguida para a
Central de Flagrantes de Teresina.
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