O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou neste domingo (5), em meio à convenção nacional do PSDB, que, na opinião dele, "nunca" antes "se roubou tanto neste país". O tucano fez a declaração ao criticar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e as gestões dos PT no Palácio do Planalto. Na visão de FHC, o país está assistindo atualmente à paralisação do Executivo federal.
No evento, os integrantes do PSDB reconduziram o senador Aécio Neves (MG) para mais um mandato de dois anos à frente do partido. Fernando Henrique entrou no auditório do centro de eventos ao lado do presidente reeleito da legenda e ficou sentado ao lado dele durante todo o encontro partidário.
"Eu ouvi durante 13 anos alguém que dizia 'nunca como antes'. É verdade, nunca como antes se roubou tanto neste país", declarou Fernando Henrique, em tom irônico.
Em outro trecho do discurso, Fernando Henrique lembrou aos militantes e dirigentes doPSDB de momentos importantes da história política do país que ele acompanhou ao longo da vida, como o suicídio de Getúlio Vargas, em 1954, o golpe militar de 1964 e o impeachment de Fernando Collor, em 1992. No entanto, disse o ex-presidente, ele nunca viveu um período político tão conturbado como a governo Dilma Rousseff.
"Cada momento tem suas peculiaridades, mas eu raramente vi momento como este, em que se acumulam crises de vários tipos. Crise econômica, desemprego, ao mesmo tempo, Congresso fragmentado. Um governo que, para se manter, cria ministérios, num sistema que se chama de presidencialismo de coalisão e hoje é de cooptação, compra. Estamos vendo a desmoralização do atual sistema político", enfatizou.
"Estamos assistindo ao início de um mal-estar social que tem tudo para se agravar. Estamos assistindo à paralisação do Executivo", complementou o ex-presidente.
Apesar das críticas ao governo federal, FHC tentou, indiretamente, esvaziar o discurso dos integrantes do PSDB que defendem o impeachment da presidente da República. Para ele, o partido precisa propor uma solução para a crise atual, porém, dentro da lei.
"Precisamos encaminhar uma saída para o Brasil, que não pode ser outra se não o absoluto respeito à Constituição. Que o devido processo legal avance e que se puna aqueles que roubaram país. [...] Queremos o Brasil outra vez confiante. Para isso, o PSDB não pode fugir da sua responsabildiade de, dentro da lei, levar até o fim", observou.
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