Senador Cássio Cunha Lima - PSDB |
Lideranças dos dois principais partidos de oposição
defenderam nesta quinta-feira, 16, que o entendimento do Tribunal de Contas da
União (TCU) de que governo incorreu, de fato, em crime de responsabilidade
fiscal abre caminho para que seja aberto um processo de impeachment contra
presidente Dilma Rousseff. Para o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima
(PB), a decisão do TCU é a "fundamentação jurídica" que faltava para
que a oposição pudesse entrar com o pedido de afastamento da presidente.
"Durante esses últimos meses se discutiu na boca do
povo o impeachment e sempre se argumentou que não havia fundamentação jurídica.
Essa fundamentação jurídica passou a existir com a decisão do TCU, onde ficou
caracterizado o crime de responsabilidade fiscal, que está previsto na
Constituição e que é razão para o impedimento do mandato presidencial",
afirmou.
O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), também
defendeu essa tese na tribuna da Casa. "Fica claro que não é a oposição e
somente as ruas mostrando suas insatisfações. É o TCU que disse: a presidente
praticou crime de responsabilidade. Com esse fato, há espaço para que seja
aberto processo contra a presidente na Câmara dos Deputados e haja seu
julgamento no Congresso", afirmou.
O tema também foi abordado pelo senador e presidente do
PSDB, Aécio Neves (MG). Ele afirmou que é preciso "muita cautela quando se
fala de impeachment", mas disse que a decisão do TCU pode levar o PSDB a
endossar o pedido de afastamento da presidente.
O senador ressaltou, contudo, que o TCU limitou as
irregularidades à equipe econômica comandada pelo ex-ministro da Fazenda Guido
Mantega. Segundo Aécio, é preciso apurar se houve responsabilidade acima de
Mantega.
Em decisão tomada na quarta-feira (15), o plenário do TCU
decidiu que o governo cometeu crime de responsabilidade fiscal ao utilizar
recursos de bancos públicos para inflar artificialmente seus resultados e
melhorar as contas da União. As operações, que contrariam frontalmente a Lei de
Responsabilidade Fiscal, passaram a ser conhecidas como "pedaladas
fiscais". Segundo o TCU, 17 autoridades do governo terão de explicar essas
operações.
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