CORRUPÇÃO: ENTRAMOS NA ERA DO R$ BILHÃO
Havia um
tempo, em que, se tratando de corrupção, tudo era mais discreto e menos
oneroso. Ou seja, as pessoas eram discretas até para roubar. Hoje, a
corrupção descarada e endêmica. Contudo, o que mais chama a atenção não
é, nem o descaramento, tão pouco a endemia, são as cifras. Lembram do
escândalo dos “Anões do Orçamento?”. Foi o maior da velha moeda hoje
inexistente, o cruzeiro. Depois, veio o escândalo Collor/PC Farias. A
corrupção foi avançando, avançando e chegou a limites que se imaginava
intoleráveis: os milhões do mensalão. Porém, o apetite aliado a gulodice
dos novos corruptos nos remeteu a patamares nunca antes pensado na
história desse país. Entramos definitivamente na era do bilhão. Não se
vê mais falar em desvio de milhares ou milhões de reais, isso virou
troco. Tudo agora é bilhão. R$ 4 bilhões do Postalis, R$ 19 bilhões da
Receita Federal, R$ 5 bilhões do DPVT, R$ 3 bilhões do Ministério da
Saúde, R$ 10 bilhões do BNDES, R$ 50 bilhões dos Fundos de Pensão, 50 R$
bilhões da Petrobrás, enfim, acabou aquela história de ladrão
milionário. A turma que assumiu o comando do país, juntamente com seus
aliados, inovou. Primeiro, transformou em regra, o que sempre foi
exceção e, de quebra, se auto concedeu um elevadíssimo aumento na arte
de roubar. Esse pessoal, aposentou os milhares, colocou o milhão na
reserva e, como que por Decreto, oficializou o bilhão como marco
regulatório dos crime de formação de quadrilha, peculato, lavagem de
dinheiro e desvio de recursos públicos. Não demora, quem sabe, logo,
logo chegaremos a casa dos trilhões. Quem viver, verá.
Por Pedro Alcântara
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