A queda nos preços das commodities fez as exportações brasileiras
para a China despencarem 35,4% no primeiro trimestre do ano. Entre
janeiro e março, as vendas do Brasil para o gigante asiático somaram
6,190 bilhões de dólares, ante 9,582 bilhões de dólares exportados no
mesmo período do ano passado.
A retração para a China foi a mais intensa no primeiro trimestre
entre os principais destinos dos produtos brasileiros - ao todo, as
exportações brasileiras caíram 13,7% para todos os parceiros comerciais.
A economia chinesa é uma grande importadora de produtos básicos, e o
crescimento mais fraco do país tem prejudicado o valor das commodities
no mercado internacional. Neste ano, o governo da China anunciou que a
meta de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) é de 7%. Se
confirmado, será um resultado bastante inferior ao dos últimos anos. No
auge do avanço chinês, os preços das commodities subiram, transformando o
país no principal parceiro comercial do Brasil e garantindo elevados
superávits para a economia brasileira.
"O crescimento da China está mais fraco, logo a pressão sobre a
demanda de commodities é menor. Além disso, o comércio mundial está
crescendo menos do que antes da crise internacional. Tudo isso colabora,
em parte, para a queda do preço das commodities", afirma Lia Valls
Pereira, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação
Getúlio Vargas (Ibre/FGV). Em março, a soja e o minério de ferro
ficaram, respectivamente, 20% e 50% mais baratos do que no mesmo mês de
2014.
O resultado do comércio exterior brasileiro é dependente do
desempenho econômico chinês porque a pauta de produtos vendidos para a
China é concentrada. No ano passado, 41% da exportação brasileira para a
China foi de soja, 30% de minério de ferro e 8,5% de óleo bruto de
petróleo. Em 2011, no auge do preço das commodities no mercado
internacional, a lista de produtos exportados era a mesma para a China -
a diferença era a maior participação do minério de ferro, que respondeu
por 45% do total. Em seguida, apareceram a soja (25%) e o óleo bruto de
petróleo (11%).
Nenhum comentário:
Postar um comentário