É precipitado afirmar que a sucessão presidencial vai embaralhar com a saída da cena eleitoral do candidato do PSB Eduardo Campos – morto nesta quarta-feira (13) em um trágico acidente aéreo na cidade de Santos – e a entrada (provável) de sua candidata a vice-presidente Marina Silva.
Neste momento de dor e comoção, age com passionalismo quem projeta uma disputa começando do zero ignorando fatores que desenham até aqui um quadro estabilizado de polarização entre PT e PSDB, com uma substancial vantagem para a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição.
Dizer que a morte de Eduardo Campos vai mudar o quadro da sucessão devido a comoção que seu trágico fim está causando não é convincente. Para ilustrar essa análise, será que alguém ainda se lembra da tragédia dos 7 x 1 que a seleção da Alemanhã impôs à seleção brasileira na Copa do Mundo?
Muitos diziam que se o Brasil não ganhasse a copa a candidatura da presidente Dilma Rousseff desabaria. A copa passou e a presidente ainda tem a preferência de uma boa parte do eleitorado brasileiro. Quando o corpo de Campos for sepultado e a comoção passar a campanha vai continuar e esse fato, acredito, não vai influenciar no resultado.
Se o candidato do PSDB reverter o quadro a seu favor ou a provável candidata do PSB Marina Silva entrar na disputa como alternativa real, não será pela comoção nacional com a morte de Eduardo Campos. O problema é que muitos analistas não separam as coisas na hora de avaliar um momento.
O fato é que a morte de Eduardo Campos tira da cena política um líder político em ascensão que, num futuro bem próximo, se transformaria numa alternativa de poder no Brasil. Sem ele, a perspectiva de surgimento de novos líderes se frustra. Mas a vida política não vai parar.
Ademais, é preciso não esquecer que a campanha só está começando e deve se intensificar a partir de terça-feira (19) com a campanha no rádio e na TV. E cada um dos postulantes iniciará esta etapa com os mesmos percentuais de intenção de votos, a maioria consolidados. Falar em embaralhamento é uma projeção equivocada.
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