Estudantes da Universidade
Federal do Piauí em Parnaíba denunciam a ocorrência de golpes que estão
sendo aplicados na porta da instituição. Segundo eles, o 'Golpe da
Revista', ação pela qual são enganados
recebendo revistas de 'brinde', é
recorrente e causa vários danos as vítimas.
O golpe é aplicado principalmente em
universidades e aeroportos. Jeferson Souza, um dos estudantes que foi vítima, conta como foi
abordado. "Eles mostram várias revistas da editora e botam uma na sua mão, dizem que existe uma
parceria com algum cartão de crédito e assim você ganha um brinde",
relata.
Os
vendedores pedem para conferir os dados do cartão e acabam copiando as
informações.
"Eles pegaram meu cartão e
rasparam em uma folha que
fica marcado os dados, uma
especie de clonagem. A partir da cópia dos dados, uma assinatura ilegal é
feita pelos vendedores sem que a vítima tome conhecimento", afirma o
estudante.
Segundo Jeferson, ele foi
questionado sobre quais as revistas mais gostava e "Depois explicaram
quanto sairia a assinatura e eu disse
que não queria. Mesmo assim, afirmaram que eu ganharia dois exemplares
gratuitos", conta Jeferson. Os brindes, na verdade se tornaram
dívidas no cartão dele.
O
estudante ainda conta que a revista é de edições antigas e que os vendedores afirmam
que nenhuma cobrança será feita. "Mandei e-mail pra
editora e nunca me responderam, tentei ligar pra cancelar mas disseram que meu
nome só iria entrar no sistema com mais de 20 dias. O cancelamento só podia ser
feito depois de 4 mensalidades pagas", desabafa.
Um dos
estudantes que foi abordado pelos vendedores suspeitou da ação e não cedeu o
cartão para verificar a 'parceria' com a editora. " Vi várias pessoas
serem enganadas e no fim, chega uma fatura na casa deles, como se tivessem feito
a assinatura da revista", conta Anderson Freitas.
O
estudante que suspeitou da ação informou aos seguranças da universidade, que
fizeram a abordagem nos supostos golpistas. "Eles
andam em um carro celta, pegamos os dados. Depois que os vigias foram saber do
que se tratava, eles recolheram todo o material e foram embora", conta
Anderson.
Segundo Campelo Júnior,
conciliador do Procon, diversas editoras aplicam esse golpe e o consumidor
deve ir atrás de seus direitos. "A abordagem é sempre a mesma e muitas
reclamações já foram catalogadas aqui. Isso acarreta em
multa, estorno do dinheiro e processos. O principal foco desses
vendedores são as universidades", esclarece o conciliador.
Se a
empresa não suspender as cobranças, as vítimas também podem requerer indenização por danos morais.
Após cair no golpe, Jeferson Souza procurou seus direitos. "Eu entrei em
contato com a editora mas, como não fui respondido , entrei com uma ação no
Procon. Na audiência me propuseram o ressarcimento do dinheiro. Eu
já queria me ver livre do tormento e aceitei. Muitas pessoas já foram lesadas
por isso, é inadmissível", finaliza o estudante.
Fonte: Nayara Felizardo/Paloma Vieira/ Portal O Dia
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